A Árvore da Vida

A Árvore de Vida

A Árvore da Vida é um símbolo sagrado que representa a criação, a fecundidade e a imortalidade. Ela está presente em diversas culturas e tradições, com distintos significados e associações. Neste artigo, abordarei um pouco do que ela representa, sua origem, suas características e como ela pode ser aplicada em nossas vidas.

A Árvore da Vida é uma representação da ligação entre o céu, a terra e o submundo. Suas folhas crescem em direção ao céu, simbolizando a aspiração espiritual e a conexão com o divino. Seu tronco se relaciona com a terra, representando a estabilidade, a força e o equilíbrio, e suas raízes se encontram no submundo, indicando a profundidade, a origem e o mistério.

A origem da Árvore da Vida é incerta, mas ela pode ser encontrada em diversas civilizações antigas, como os assírios, os babilônios, os egípcios, os celtas, os judeus e os budistas. Cada uma dessas culturas atribuiu a ela um significado específico, de acordo com suas crenças e valores.

Uma de suas representações é a celta, chamada de Crann Bethadh. Ela é um símbolo sagrado que representa harmonia e equilíbrio. Os druidas acreditavam que as árvores possuíam poderes e eram um elo entre a Terra e os outros mundos. A Árvore da Vida celta costuma ter ramos entrelaçados e folhas perenes.

Na Bíblia, também vemos sua representação como uma das árvores plantadas por Deus no Jardim do Éden. Sendo diferente da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, que foi proibida por Deus aos seres humanos. A Árvore da Vida era acessível aos humanos e tinha bons frutos. O livro do Apocalipse, também a menciona como uma árvore que dá frutos todos os meses e cujas folhas servem para curar as nações.

No budismo, é chamada de Árvore Bodhi, que significa árvore da sabedoria ou da iluminação. Ela tem a forma de uma figueira e foi sob ela que Buda alcançou a iluminação, sendo considerada um símbolo sagrado e venerado pelos budistas.

Uma das formas mais conhecidas de representar a Árvore da Vida é a sefirótica, que é um símbolo judeu do pensamento cabalístico. Nela constam dez esferas ligadas entre si, que representam os atributos criados por Deus e que fazem parte do caminho para a busca da evolução espiritual. A Árvore sefirótica pode ser vista na posição invertida, com as raízes voltadas para o céu, como uma forma de acessar outros mundos.

Cada Sephirah (singular de Sephiroth) tem um nome, um número, uma cor, uma letra hebraica, um anjo, um planeta, uma esfera celeste, uma virtude, um vício e uma correspondência com partes do corpo humano. Elas são as dez emanações divinas da Cabala, uma tradição mística do judaísmo, que representam os atributos de Deus e as etapas da criação do universo. Elas também estão relacionadas com os aspectos da alma humana, os planetas, os anjos, as letras hebraicas e os caminhos da Árvore da Vida.

Na Árvore da Vida os Sephiroth são dispostos em 3 colunas (pilares) verticais que ligam as 10 Sephiroth entre si. Eles representam os 3 princípios fundamentais da criação: equilíbrio, força e forma.

O pilar do meio é chamado de pilar do equilíbrio ou da harmonia. Ele é formado pelas Sephiroth Kether (a coroa), Tiphereth (a beleza) e Yesod (o fundamento). Esse pilar representa o caminho do meio, a síntese entre os opostos, a integração entre o espírito e a matéria. É o pilar da luz, da consciência e da vontade.

O pilar da direita é chamado de pilar da força ou da misericórdia. Ele é formado pelas Sephiroth Chokmah (a sabedoria), Chesed (a bondade) e Netzach (a vitória). Esse pilar representa o aspecto masculino, ativo, positivo e expansivo da criação. É o pilar do fogo, da energia e da ação.

O pilar da esquerda é chamado de pilar da forma ou do rigor. Ele é formado pelas Sephiroth Binah (o entendimento), Geburah (o poder) e Hod (a glória). Esse pilar representa o aspecto feminino, passivo, negativo e restritivo da criação. É o pilar da água, da forma e da reação.

Os 3 pilares das Sephiroth nos ensinam que para alcançarmos a plenitude espiritual, devemos buscar o equilíbrio entre os diferentes aspectos da nossa natureza, harmonizar a força com a forma, a energia com a matéria, a ação com a reação, e sermos sábios, bondosos e vitoriosos, mas também compreensivos, poderosos e gloriosos.

AS SPHIROTH

KETHER: A coroa, o princípio, a vontade, a unidade. Está associada ao planeta Netuno, ao anjo Metatron, à letra Yod e ao caminho 11.

CHOKMAH: A sabedoria, o pai, a força ativa, o poder. Está associada ao planeta Urano, ao anjo Ratziel, à letra Heh e ao caminho 12.

BINAH: O entendimento, a mãe, a forma passiva, a inteligência. Está associada ao planeta Saturno, ao anjo Tzaphkiel, à letra Vav e ao caminho 13.

CHESED: A misericórdia, o amor, a bondade, a expansão. Está associada ao planeta Júpiter, ao anjo Tzadkiel, à letra Kaph e ao caminho 14.

GEBURAH: O rigor, a justiça, o julgamento, a contração. Está associada ao planeta Marte, ao anjo Kamael, à letra Peh e ao caminho 15.

TIPHERETH: A beleza, o equilíbrio, a harmonia, a compaixão. Está associada ao Sol, ao anjo Rafael, à letra Resh e ao caminho 16.

NETZACH: A vitória, a emoção, a imaginação, a persistência. Está associada ao planeta Vênus, ao anjo Haniel, à letra Zayin e ao caminho 17.

HOD: A glória, a razão, o pensamento lógico, a comunicação. Está associada ao planeta Mercúrio, ao anjo Michael, à letra Cheth e ao caminho 18.

YESOD: A fundação, o subconsciente, os sonhos, a memória. Está associada à Lua, ao anjo Gabriel, à letra Teth e ao caminho 19.

MALKUTH: O reino, o mundo material, a manifestação física. Está associada à Terra (ou aos quatro elementos), aos quatro arcanjos (Uriel no norte; Rafael no leste; Michael no sul; Gabriel no oeste), à letra Qoph e ao caminho 20.

Além dessas 10 Sephiroth, existe ainda, a SEPHIRAH DAHAT, sendo esta, uma esfera que não tem número nem lugar fixo na Árvore da Vida. Ela é representada por uma linha pontilhada que liga as sephiroth Keter e Tipheret, ou às vezes entre Binah e Chokmah. Ela é chamada de “O Conhecimento” pelos rabinos, pois é a esfera de mais difícil acesso, e cujo significado é revelado aos magos, aos iluminados, aos santos.

Essa Sephirah é considerada como o abismo entre o mundo divino e o mundo manifestado, onde ocorre a ruptura dos vasos que continham as emanações de Keter, sendo também o ponto de união entre as duas colunas da Misericórdia e a da Severidade, é o equilíbrio entre as forças opostas. Ela é associada ao planeta Netuno, ao signo de Peixes, ao elemento Água, à natureza fria e úmida, à energia dissolvente e criativa, à qualidade benéfica, ao gênio Raziel, aos anjos Ishim, à cor violeta, à nota musical si, à inteligência planetária Agiel, ao espírito planetário Bethor, à pedra ametista, à planta lótus, ao animal golfinho, ao arcano maior do tarot O Enforcado, ao dia da semana quinta-feira, ao lugar correspondente em Malkuth o oceano, ao odor de mirra, à substância álcool, ao órgão do corpo físico o cérebro, ao efeito patogênico no corpo humano a loucura, ao estado social o místico, ao estado psicológico a intuição e ao apóstolo da Bíblia Judas Iscariotes.

Podemos aplicá-las em nossas vidas de diversas formas, e, também usá-las como guias para o autoconhecimento e o desenvolvimento espiritual. Podemos ainda, meditar sobre elas e seus símbolos para entrar em contato com as energias divinas, e invocar seus anjos para pedir proteção ou orientação. É importante conhecermos suas correspondências para compreender melhor as leis do universo e nossa relação com ele.

Resumidamente, as sephiroth são um tesouro de sabedoria e luz que nos foi legado pelos antigos cabalistas, e que podem revelar os mistérios de Deus e de nós mesmos, nos incitando a trilhar o caminho da Árvore da Vida em busca da realização plena de nosso potencial divino.

Em nossas vidas, a Árvore da Vida pode ser aplicada de diversas formas, podendo nos inspirar a buscar o crescimento espiritual, a harmonia entre os planos físico, mental e emocional, e a conexão com o nosso propósito divino, inclusive nos ajudando a compreender melhor a nossa origem, o nosso destino e o nosso lugar no universo. Ela pode nos ensinar ainda, sobre os ciclos da vida, as transformações e as renovações. Um símbolo rico em significados e associações, que nos convida a refletir sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos, nos incitando a entender que somos parte de uma grande rede de vida que se estende desde as raízes até as folhas mais altas.

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